por Marcelo “Coxa de Caxambu” Modesto
“Hoje é final? Por isso que tem tanta gente”.
Garrincha driblava (e tripudiava) com as palavras da mesma forma que com a bola.
Na Copa de 1958, perguntou pro técnico da Seleção, Vicente Feola, se ele já tinha combinado seu esquema tático com o adversário.
Em 1962, ele fez uma de suas analogias mais brilhantes.
Todo mundo já conhece a história da Copa de 1962: Pelé machucado, Garrincha no auge, seleção campeã. Na final, mesmo com febre, Mané liderou a Seleção contra a Tchecoslováquia (saudoso país) que, segundo ele, era:
“Aquele time com a camisa do São Cristóvão”.
O melhor time da Europa, bi-vice-campeão do mundo = o São Cristóvão.
Imagina o que Tadeu Schmidt e Alex Escobar diriam dessa declaração? Crise geopolítica, a cabeça de Garrincha seria pedida nas páginas dos jornais.
O fato é que os tchecos não pararam Mané Garrincha. Nem conseguiriam. E ele sabia disso.
A arrogância do futebol brasileiro (que Deus o tenha) era incauta e sábia.
E o São Cristóvão era um time citado em final de Copa do Mundo. Pela primeira e única vez. Nós não esquecemos!

“Quando vais à Zona Sul
Jogar com um clube bem forte
Tens a torcida da Zona Norte.
São Cristóvão, São Cristóvão
Teu passado é tão cheio”
Ah, e não tinha carta da Dona Lúcia naquela época, certo, seu Parreira?
#RIPFutebolBrasileiro #PernasTortas
Um comentário sobre “Garrincha botou o São Cristóvão na final da Copa de 1962”